sábado, 11 de março de 2017

Ígnea - A Proxy


-Ela era uma garota muito peculiar, daquelas que não se vê igual, seus olhos eram cor de mel, e gostava muito de brincar com fogo. Ela sempre usava uma camisa preta de manga longa com capuz. Quando não estava com o capuz era possível notar o quão comprido eram seus cabelos pretos. Sempre usava também calça jeans preta e uma bota de couro preta – Explicava Leon para os oficiais que o interrogavam em sua casa.

-Há mais alguma característica física que lembre para ajudar nas investigações? – disse o Oficial Lopez.

-Não a vejo faz seis meses desde que terminamos o relacionamento, pouco lembro sobre como ela era, principalmente pelo fato de ela quase nunca querer sair para comer algo ou ir ao cinema.

-Por que terminaram? – Interrogou o Detetive Smith.

-Ela disse que não podia mais ficar comigo, disse que tudo mudou e não era para procura-la. Eu me lembro de que nesse ultimo dia em que a vi, ela estava diferente.

-Como assim diferente? – Questionou o Detetive Smith

-Não sei dizer bem ao certo. Seus olhos pareciam mortos e sem brilho, ela olhava para o nada o tempo todo, distraindo-se a cada cinco minutos. Até cheguei a perguntar se algo havia acontecido, e ela não quis dizer.

-Isso é tudo? – Perguntou o Oficial Lopez

-Sim
A gravação foi encerrada, a casa da família da testemunha de dezenove anos foi incendiada dois dias depois, com todos dentro. Não houve sobreviventes, nem rastros da assassina piromaníaca. O caso ainda esta em aberto...
(Sete meses atrás)
Sarah estava à espera de sua irmã caçula na escola em uma sexta-feira de manhã. Escutou o sinal tocar e esperou a sua irmã voltar. Sarah avistou a sua irmã e a chamou:

-Helen! Por aqui!

-Oi mana. – disse Helen abraçando sua irmã.

- E aí? O que fez hoje na escola?

- A professora mandou cada um fazer um desenho.

-Ah, eu quero ver quando chegarmos em casa. Pegue sua mochila e vamos.

Ao chegar em casa Sarah sentou-se no sofá com sua irmã e ligou a TV, logo pediu para ver o desenho que Helen tinha feito.

-Deixe-me ver seu desenho Helen, vamos ver o sabe fazer.

Sarah estranhou ao ver que Helen tinha desenhado uma menina (que seria Helen) e que ao lado havia uma figura bem alta e com roupas pretas e sem rosto. Sarah perguntou disfarçadamente quem era a “figura” ao lado dela no desenho:

- Ele é o meu amigo, o homem árvore.

No mesmo dia, à tarde Sarah foi à escola da irmã verificar o que estava acontecendo. Sua mãe estava ocupada naquele dia e não podia. Atrás da porta da direção sentada em um banco ouviu a diretora dizer.

-Pode entrar Srta. Ember.

A diretora explicou para Sarah que varias crianças da turma de Helen tem feitos desenhos parecidos e falado a respeito deste tal de homem árvore, mas que até então ele não foi visto por nem um professor ou adulto na escola. Sarah estranhou a situação, agradeceu a diretora e saiu. Ainda na escola decidiu caminhar por ela, e ao passar pelo parquinho resolveu parar para ver. Sentou-se no balanço e observou os seus arredores. Sentiu-se observada por alguém, que não pode ver. De repente Sarah começou a tossir, sentia-se mal da garganta de repente e desamparada olhava aos arredores para pedir ajuda, então a tosse cessou.

Ajoelhada no chão e ainda recuperando da tosse pode notar que o vento forte trouxe-a uma folha de caderno aparentemente perdida, que foi parada por uma arvore até o vento diminuir e cair aos pés desta arvore. Intrigada pelo acontecimento estranho Sarah foi conferir o que havia no papel, e estranhou ao ver seu nome escrito de maneira insana. Ao virar a folha se deparou com o nome “Ígnea”, e também notou que aos arredores da folha estavam queimados por fogo. Por um segundo Sarah jurou ter visto um vulto preto pelo canto de sua visão e assustada voltou com pressa para casa.

Passaram-se dias e cada vez mais Sarah enxergava o mesmo ser negro nas sombras, cantos, árvores e janelas. Ela já não queria mais sair de seu quarto e sentia uma enorme vontade de desenhar o ser negro e como ela o enxergava, uma obsessão que estava perturbando seu sono. Todas as noites ela conseguia ver uma luz incandescente perto de um riacho no horizonte. Esse riacho era separado por um bosque de árvores velhas e compridas, mas com folhas o suficiente para tapar o céu e bloquear a misera luz da lua, sempre deixando a floresta mais escura que o comum. Incomodada com a situação que presenciava todas as noites, decidiu procurar sua lanterna, estava decidida de ir descobrir o que era.

Era meia noite quando Sarah entrou no bosque atrás de sua casa. Caminhou sem presenciar nada incomum até o riacho, que não era longe. Ao chegar no riacho, sua lanterna começou a falhar:

-Ah não! Essa não é melhor hora porra. – disse irritada vendo sua lanterna morrer.

Então tirou para fora seu velho isqueiro e foi um pouco mais para frente, onde avistou a misteriosa luz. Ao se aproximar mais sentiu um clima muito pesado na área e logo depois do rio ela viu o que parecia ser um grande circulo com um “X” no meio pegando fogo. Parecia ser um símbolo feito de napalm em uma área em que não tinha árvore, deduziu Sarah. A luz do fogo do seu isqueiro iluminava uma árvore, que parecia ter mais uma folha com algo escrito, mas dessa vez com uma adaga cravada fundo na parte superior da folha para fixa-la. Sarah tirou a folha e pode ver que estava escrito “MUITA ESCURIDÃO AINDA ESTA POR VIR” e no verso da folha “USE-O COM FOGO”.

-Ah merda! Por que alguém estaria me perseguindo dessa forma?... Em todo caso ...– Sarah arrancou a adaga e voltou para sua casa.

No dia seguinte Sarah ficou analisando a adaga que encontrara, e percebeu que havia um pequeno símbolo esculpido em forma de relevo na parte de baixo da faca assim percebendo que era o mesmo símbolo do fogo da noite passada.

As semanas passaram, e Sarah já não se via mais amedrontada pelo ser que a observava, agora ela conseguia o ver por alguns segundos do seu bosque. Sua mente estava insana, seus desenhos agora eram mais detalhados e com o símbolo que se tornou outro fator viciante para sua vida, desenha-lo fazia parte de sua obsessão.

Em um dia qualquer Sarah deitou-se na sua cama em seu quarto e acendeu seu isqueiro para desfrutar o fogo observando-o. Sarah sempre foi uma garota apaixonada pelo fogo, vê-lo queimando era gratificante pra ela. Seus pais, Katherine e Joseph que já eram separados nunca entenderam o motivo dessa paixão e passa tempo. Quando ela tinha dez anos conheceu o isqueiro, e desde então tem a mania de quase todo momento de distração acender o isqueiro e observar a chama por alguns segundos.  De repente começou a escutar um som de estática baixo que vim do primeiro andar de sua casa, que tinha dois andares. Ela desceu para o primeiro andar e seguiu o barulho até a porta da frente. Ao abrir a porta o barulho parou e seu gato de estimação saiu então Sarah encontrou um pacote fechado escrito “Para Ígnea”.
-Muito estranho – disse Sarah.

Levou o pacote até a sala e intrigada abriu o pacote.

-O que...?

Agachada, deparou-se com uma máscara de algum material estranho com os olhos contornados por um desenho que formava um fogo em cada olho, fazendo parecer-se com olhos flamejantes. Embaixo da máscara havia um lindo e comprido isqueiro de metal. Ainda embaixo do isqueiro havia uma folha de caderno escrito “Faça-os queimar”. Na hora sentiu uma sensação muito grande de insegurança em uma intensidade elevada. Ela pegou o isqueiro agachada ainda e o acendeu. Era magnifico.

Gritos de dor e desespero de seu gato puderam ser ouvidos do quintal. Sarah entrou em uma de desespero e medo, mas mesmo assim correu para fora da casa para ver o que estava acontecendo. Três adolescentes estavam chutando seu gato por prazer, entre os dois meninos havia uma menina. Sarah sentiu uma raiva interior intensa como nunca havia sentido antes. Adrenalina envenenou seu sangue por completo enquanto corria em direção aos baderneiros. Sarah puxou a garota que se chamava Lucy pela camisa e lhe deu um soco na barriga que a fez perder o ar no chão por alguns minutos. 

-VADIA! – disse Sarah com sangue nos olhos.

Os dois garotos, Trevor e Jacob partiram para cima de Sarah, com Jacob segurando e Trevor batendo em seu rosto.

-CHEGA! – disse Lucy

-Gosta de gatos é? – disse Lucy com um olhar sádico.

Lucy pegou o gato pela cauda e o segurou olhando sorridente para Sarah:

-LARGA ELE! LARGA! – Contorcia-se Sarah segurada por Trevor e Jacob.

Os dois garotos começaram a rir:

O que vai fazer Lucy? – perguntou Trevor

Veja só – respondeu Lucy

Lucy foi caminhado segurando o gato que já estava ferido e sangrando até a piscina da casa da Sarah. Trevor e Jacob levavam Sarah enquanto ela gritava e se retorcia, mas não conseguia sair. A esse ponto um dos vizinhos já havia ligado para a polícia, mas não saíram para ajuda-la por medo de os baderneiros estarem armados.

-Vamos ver se o seu gato sabe nadar. – disse Lucy jogando o pobre gato ferido no meio da piscina.

-DESGRAÇADA! SOCORRO! – gritou Sarah com todas as suas forças.

Podia-se ouvir a sirene chegando à rua.

-Porra, quem chamou a polícia? – Disse Jacob, soltando um dos braços de Sarah, que logo deu um soco na barriga de Trevor que também a soltou.

Sarah empurrou Lucy na piscina e pulou junto para tentar afoga-la. Os dois garotos fugiram quando se viram naquela situação.

-POR QUÊ? –Perguntava Sarah gritando de raiva enquanto apertava o pescoço de Lucy dentro da piscina, que tentava fugir de qualquer maneira.

Logo chegaram dois oficiais da policia, que mandaram que as duas saíssem da piscina. Sem sucesso entraram e separam as duas. Lucy havia desmaiado por ter tomado tanta água, enquanto Sarah chorava e gritava de raiva e tristeza pela perda de seu gato. Sarah teve que ir à delegacia explicar o que havia acontecido e Lucy foi enviada para o hospital.
-Eu já disse! Quando saí pra fora de casa para ver o porquê de meu estar gritando de agonia, encontrei esses loucos chutando ele e rindo. – Explicou para o Detetive Smith.

-Certo, já a identificamos a suspeita. O nome dela é Lucy Coleman, seus amigos chamam-se Trevor Russel e Jacob Diaz. Eles têm algumas passagens na policia por vandalismo, agressão e roubo. – Detetive Smith

- E quanto ao Trevor e o Jacob? Podem fazer algo a respeito? 

-Já fizemos. Mandamos duas viaturas atrás para rastreá-los e prende-los.

-E se eles voltarem para a casa da minha famí... Sarah foi interrompida pelo telefone do Detetive que começou a tocar

-Perdão. Preciso atender – Detetive Smith se desculpa com Sarah e levanta para atender.

-Alô?... Como é que?... Como assim fugiu do hospital?... Onde você estava?...

Naquele momento o mundo de Sarah desabou deixando-a pálida e desesperada.

-LUCY FUGIU DO HOSPITAL? – grita Sarah com tom de desespero.

-Aqueles incompetentes foram ao banheiro um minuto e ela escapou. – Diz  o  Detetive perplexo.

-Consegue mandar uma viatura para proteger a nossa casa durante a noite? – Pergunta Sarah.

-Não é possível. Todas as unidades estão ocupadas neste momento, é uma cidade pequena e já estamos tendo que chamar viaturas de cidades vizinhas. Essa semana houve uma série de desaparecimentos de crianças de seis a doze anos, ninguém sabe o que esta acontecendo e por isso estão ocupadas todas as viaturas.

Sarah volta para casa com pressa pra encontrar sua família que ainda não teve noticias de Sarah. Chega em casa durante o por do sol, entra pela porta da frente desesperada para saber onde esta sua família.

-MÃE?! 

-HELEN?!

Sem resposta começa a procurar por toda casa, ela percebe que tem um líquido estranho por toda a casa, mas ignora. Sarah chega ao andar de cima onde fica seu quarto e da sua mãe. Entra no quarto de sua mãe e encontra sua mãe amarrada e com ferimentos por todo corpo, enquanto Lucy estava sentada e sorrindo na cama de casal de seus pais. Imediatamente antes que Sarah conseguisse reagir Trevor e Jacob a seguram pelo braço novamente deixando-a sem reação. Sarah percebeu também que sua irmã não estava entre eles, o que a deixou com algum receio.

-E então “Sarah”, eu acho que o jogo virou não é? – Diz Lucy. – Farei você pagar por ter me feito engolir aquela água podre. Você não se contenta só em perder seu gato só, não é? Quer perder a sua mãe também, não é?

-Solte-a, por favor! Já não conseguiram o que queriam, agora vão! – implora Sarah chorando desesperadamente e sem reações físicas mais.

-Vamos leva-los ali para o corredor. Quero que ela lembre este dia! – diz Lucy

O corredor do segundo andar tem uma janela na parede limite da indicando a parte traseira de casa, e em direção contraria há escadas formando um grande “C” assim permitindo uma vista para a sala e a porta da frente.

Os garotos levam Sarah para o meio do corredor, virando-a para frente da casa. Lucy arrasta a mãe de Sarah pelos pés até as escadas.

-Sarah, desculpe... – Diz a mãe de Sarah.

-NÃO MÃE!

-Então, acho que esse é o fim da linha Sarah. – Diz Lucy levantando sua mãe para ficar de joelhos.

Lucy pega uma pistola que escondia atrás de si e mira para a cabeça da mãe de Sarah.

-Nã... Sarah é interrompida por um som de tiro.

Sarah solta um grito de fúria, carregando todo o seu ódio e raiva que acaba por assustar os três. O grito parece ficar cada vez mais alto, então aparece um som terrível de estática paralelo ao grito que aumenta conforme a intensidade do mesmo ecoando por toda casa, chegando a um ponto em que o som fica tão alto que todas as janelas, e lâmpadas da casa explodem, e na hora do estouro o grito para e Sarah escapa das mãos dos garotos. Segundos depois os garotos e Lucy conseguem retomar a atenção. Está escuro devido à noite e a única iluminação possível é a da lua que vem da janela.

-O que foi isso? – Pergunta Jacob ainda meio desorientado.

-Jacob, vá verificar se ela não pulou pela janela. – Manda Lucy

-Por que eu?

-VAI LOGO! – grita Lucy

Jacob se aproxima da janela quebrada para verificar aos poucos. Ao chegar na janela ele é puxado por um tipo de tentáculo negro nada discreto que o puxa para fora, fazendo com que seu corpo rasgue todo na ponta dos vidros da janela quebrada. Lucy e Trevor ficam ainda mais tensos e nervosos com a situação. 

-Que porra foi essa? – pergunta Trevor desesperado.

Sarah surge das sombras agora com sua máscara e capuz que devido à falta de iluminação não é possível enxergar seus olhos. Trevor corre para tentar mata-la, mas escorrega em uma poça de álcool um pouco na frente de Sarah que ela mesma colocou. 

-O QUE É ISSO? – berra Trevor

Deixe-me te mostrar... – diz Sarah, acendendo um palito de fósforo e depois jogando em Trevor.

Trevor começa a gritar e se chacoalhar desesperadamente, enquanto Sarah corre para as sombras de novo. Lucy pega seu revólver e começa a mirar para todos os lados onde escuta qualquer coisa, sempre parada perto do cadáver da mãe de Sarah.

-Eu acho que o jogo virou, não é? – Sussurra Sarah que esta atrás de Lucy.

Sarah quebra uma garrafa de vodka muito forte na cabeça de Lucy, deixando-a desnorteada e sangrando com os estilhaços de vidro.

- Sabe. A vantagem de brincar com fogo é que você aprende a não se queimar. – diz Sarah em um tom de voz tranquilo.

Sarah rapidamente esfaqueia cinco vezes a barriga de Lucy.

-Dizem que a morte mais devagar e dolorosa é por um tiro ou facada na barriga.

Sarah pega Lucy pelo pescoço com uma força sobre humana e joga ela do segundo andar para o primeiro, onde fica a sala que está cheia de gasolina que se espalha por toda a casa, onde ela cai. Lucy está viva, sangrando, quebrada e cheia de combustível pelo seu corpo, ela mal é capaz de falar. Então em um ultimo ato de vingança, Sarah vai até o fim do corredor de frente para sala, onde vê Lucy agonizando logo abaixo de si, então estende o braço com o seu isqueiro de metal, acende e diz:

-Não esquenta. Só vai arder um pouquinho.

E solta. Toda a casa entra em chamas em alguns segundos. Sarah parece não se importar muito com isso, mas percebe que ainda não viu a sua irmã. Sarah desce as escadas caminhando enquanto assiste os pedaços do teto caírem por todos os lados.
Quando sai pela porta da frente enxerga Jacob de pé, mas quase morto por falta de sangue. Jacob esta todo cortado e sem um olho, o homem alto fez um estrago muito grande nele –pensa ela -, mas deixou para Sarah, que continuou a andar para fora de sua casa ignorando-o. Jacob olha para Sarah, enquanto se arrasta pelas paredes da casa para não cair, ele começa a tentar correr e gritar com Sarah:

-EI, VADIA, ISSO NÃO TERMI... - A casa explode atrás de Jacob incinerando o resto de seu corpo.

A onda de choque da explosão faz com que os cabelos pretos de Sarah sejam empurrados para frente de seu rosto. Ela já não estava mais perto suficiente da casa para que a onda de choque tivesse efeito sobre seu corpo.

 Sarah avista algo pouco mais na sua frente e para de andar. O ser alto e sem rosto esta a alguns metros da sua frente de mão dada com sua irmã Helen, cujo os olhos estão negros. Sarah tira a máscara. Ela perdeu todos que amava, não era mais possível ver vida em seus olhos, eles não pareciam humanos. Os dois logo a frente se viram para o horizonte e começam a andar em direção a ele. Sarah coloca seu capuz novamente, logo em seguida a máscara e parte com eles.
Um ano depois...

...A cidade está em chamas, já é o décimo quarto incêndio em menos de dois meses, onde estão os policiais? Quem ou o que esta provocando tantos incêndios? Os bombeiros não conseguem mais dar conta! Algo precisa ser... (Radio desligado)

-Descobriu algo novo sobre o paradeiro de Sarah Ember? – pergunta o Detetive Smith.

-Há algumas coisas. Entre as cinzas de sua casa encontraram um papel em uma jaqueta de couro dizendo que havia muita escuridão por vir, e no seu verso escrito “Ígnea”. – Diz o Oficial Lopez

-As vitimas dos novos incêndios ocorridos na cidade tem dito ver alguém vestido de preto e capuz antes dos incêndios. Também dizem ter visto um homem muito alto e sem rosto dentre as árvores e... – Detetive Smith interrompe o Oficial Lopez

 -Espere. Também esta sentindo esse cheiro? Parece... queimado...

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